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As últimas décadas do século XX foram propícias à expansão de duas intâncias que exercem grande influência sobre o pensamento da sociedade: a mídia e a religião.

O aumento da quantidade, da variedade e a consolidação das instituições religiosas existentes resultaram no aumento de seguidores e, consequentemente, da paracela de influência dessas instituições no meio social.

Por outro lado, a crescente penetração da mídia no cotidiano das pessoas – pelos meios impresso, audiovisual e, mais recentemente, eletrônico – representa um modo constante de formação de opinião e difusão de ideologias. Pertencemos a uma sociedade em que o embate político se desenvolve em grande parte no âmbito dos meios de comunicação que, através dos jornais, revistas, telejornais, programas de TV e rádio e sites da Web, apresentam, reforçam e contestam ideologias a todo momento, muitas vezes divergentes das pregadas pelas diversas igrejas.

Essas instituições, no entanto, estão reconhecendo que o potencial de disseminação e formação de opinião dos veículos midiáticos pode ser usado a seu favor na captação e manutenção de fiés. Percebeu-se que a mídia de massa, que tradicionalmente esteve sob o controle de grupos empresariais e serviu essencialmente aos interesses do capital, pode ser usada para disseminar a ideologia específica de cada religião e, assim, reiterar os ensinamentos e os comportamentos desse grupo social.